quinta-feira, 19 de setembro de 2013

[Lotus Article] Adeus M13, adeus Innistrad: Parte 1

Parece que foi ontem quando meu caro amigo Fernando Freitas me chamou para um conversa e disse o seguinte:
A final do Circuito Ligamagic está chegando, porque você não faz uma análise do metagame para os jogadores conseguirem escolher melhor seus decks?
Partindo daí, comecei várias pesquisas, para que o material fosse de boa qualidade para os jogadores da Final do Circuito Ligamagic.
Então eu comecei a ver afundo os arquétipos do Standard, conheci carta por carta, conheci suas fraquezas e suas particularidades e então, o artigo ficou pronto. Para os que não lembram, aqui está o artigo.
Então recebemos a notícia que logo chegará a rotação no Standard e devido a isto, decidi escrever este artigo.
Pretendo fazer uma retrospectiva do que foi e o que fica para nós, jogadores de um formato rotativo e pior, que rotaciona daqui algumas semanas. Um formato em que criamos um vínculo com as cartas, mas sabemos que cedo ou tarde, estas nos abandonarão. Então, nada melhor do que uma retrospectiva para aqueles que já estão sentindo saudades do bloco Innistrad e M13, antes mesmo da rotação eminente.
Como temos muitas cartas, dividiremos o artigo em 5 partes, para que não fique algo massante de se ler. Nesta primeira parte, falaremos sobre os terrenos não-básicos e as principais cartas brancas que nos abandonarão. Tentaremos ainda, achar substitutos para as cartas que estarão indo embora, mesmo que esta substituição seja impossível. O importante aqui é a diversão e trazer este pensamento crítico da substituição das cartas para os jogadores. Afinal, daqui algumas semanas, todos deveremos tomar decisões e realizar mudanças importantes em nossos decks Standard.

Com certeza, algo que entristeceu muito os jogadores com os spoilers de Theros, foram os dual lands. Afinal, o bloco de Innistrad, juntamente com Retorno a Ravnica, tiveram uma das melhores bases de mana da história do Standard. Jogar de 5 cores era tarefa fácil!

E sentiremos muita saudade de vocês Check lands, os famosos terrenos que checavam um terreno básico para poderem entrar desvirados em jogo. Tivemos 5 tipos em Innistrad e outros 5 em M13, completando o ciclo das check lands.
Perdemos estes terrenos versáteis e teremos de nos contentar com os Scry Lands de Theros, com certeza perderemos um pouco de qualidade em nossa base de mana e será difícil desenvolver listas com mais de três cores. Mas de qualquer forma, os Scry Lands, estarão aí para nos ajudar.
Como se não bastasse a perda de nossa checklands, ainda perdemos nossas queridas Utility Lands. Quem não lembra do terror que Kessig Wolf Run causou? Ou ainda de como era prático para decks control trocar suas mágicas mortas por tokens voadoras com Moorland Haunt... Saudades de nossos Utility Lands... Tomara que o bloco de Theros nos ilumine com novos Utility Lands!
Mas vamos deixa os terrenos de lado, se continuarmos remoendo esta perda, leitores cairão aos prantos logo logo...

Vamos então, nos despedir das cartas do bloco de Innistrad e M13, separadamente por suas cores. Irei postar algumas das principais cartas que deixaram sua marca nesta última temporada Standard e uma "possível" nova opção. Sério, existem cartas que são insubstituíveis, mas tentarei postar algo próximo do efeito dela de qualquer forma.
Então, vamos ao...

BRANCO

   
Terminous, uma remoção em massa que evita reanimações, necrofagia e qualquer outro trick que reutilize as criaturas do grave. Não exila, mas pelo menos não deixa as criaturas no grave para seu oponente poder "reciclar" estas. Mas o trunfo do Terminous não é sua remoção em massa e sim sua possibilidade de custo 1 com seu milagre. Ok, mas qual carta substituiria Terminous? 
Esta é uma das cartas que devo responder... Nenhuma! Realmente, na cor branca não temos nada tão bom quanto um Terminous, até cogitei a nova carta Anger of the Gods de Theros, mesmo não sendo branca, ela acaba fazendo o exílio em massa. Mas continuei pensando e Anger of the Gods poderia não conseguir abranger todas as criaturas, então pensei mais e realmente, Supreme Veredict é quem deveria seguir o legado de Terminous, está no flavor, pelos menos na cor, afinal azul e branco sempre andaram de mãos dadas nos controls da vida. Então quem já utilizava Terminous junto com Supreme Veredict, aconselho experimentar alguns slots a mais do Supreme Veredict com a saída de Terminous e ver se este dará conta do recado.


   
Ok, Restoration Angel é insubstituível, não? Evasão, lampejo, corpo consistente e ainda tem seu blink, só pode ser bom, né? Pois é caro leitor, esta carta é muito forte e realmente, nada chegará perto do que ela faz. Mas óbvio que eu acharia alguma coisa semelhante a ela em algum quesito para mostrar a vocês que ainda teremos blink pós-Innistrad! Uhuuu!
O que é melhor que um blink?
Um blink com reanimate embutido! Sério? Pois é, com Resgatar do Submundo em Theros, teremos um blink unido com reanimator em uma única mágica instantânea. Isso mesmo, poder salvar uma de nossas criaturas de uma morte certa, dando um blink com um delay de entrar na próxima manutenção e ainda voltarmos uma criatura do grave junto com este blink "atrasado", só pode ser bom! Mas obviamente que o custo 5 pode ser um pouco restritivo e não é da mesma cor que nossa anjo, mas pensem assim:
Trocamos nosso anjo por alguma bomba em nosso grave e ainda temos o efeito blink, só que levemente piorado, afinal teremos um delay para a criatura entrar em campo. Mas não desacreditem do blink, eu vi nesta carta uma possibilidade, espero que ela funcione como um blink decente e que os reanimators ainda vejam um bom jogo pela frente com ela.


   
A máquina dos controls, com certeza este arquétipo perderá seu mais poderoso finisher e realmente, não há nada para fazer fichas em massa como esta carta no atual Standard. Por mais que tenhamos Advent of the Wurm, preferi listar algo mais intrigante para substituir nosso Entreat the Angels. Advent of the Wurm com certeza continuará sendo uma arma poderosíssima dos controls, mas não tem muito a ver com nosso Entreat the Angels, não? A temática é outra, ele não faz fichas em massa e nem fichas com evasão. Então, passando pela devoção de nosso novo demônio, Soberano Abominável, percebi ali uma possível referência de nosso batalhão de anjos voadores. Imagine esta criatura entrando em um campo cheio de chroma preto? Pois é, teremos um exército de harpias voadoras prontas para derrubar nossos oponentes em um piscar de olhos. Corpos menores que dos nossos anjos, mas teremos de qualquer forma, um demônio 6/6 com evasão e uma infinidade de harpias 1/1, dependendo do campo de batalha. Se você for continuar com um deck voltado para o branco com controle, ignore tudo isso e experimente utilizar 4 slots de Advent of the Wurm mesmo, agora se quiser se divertir com a mesma temática de nosso Entreat the Angels, passe do lado branco para o lado negro da força!

   
Com a queda de Innistrad, não só perderemos várias habilidades cheias de flavor, como também perderemos tribos inteiras ou no caso de Champion of the Parish, perderemos um aliado importantíssimo para a única tribo que sobreviverá em Theros, os humanos.
Pois é leitores, os humanos vêm com força total em Theros e ao mesmo tempo, perderemos os melhores humanos da história do Magic com a queda de Innistrad. Quando falamos em humanos, com certeza Champion of the Parish é um dos primeiros a passar por nossa cabeça. Não é por menos, ele entra em jogo no primeiro turno e se não for logo removido, fica imenso, de uma forma que o oponente pode não conseguir lidar com ele depois.
Um dos humanos mais fortes da história, principalmente por causa de sua capacidade de receber marcadores +1/+1. Mas em Theros, temos humanos que recebem marcadores também, principalmente pela habilidade Heroico. E temos um drop 1 com essa mesma característica do Champion of the Parish, o Hoplita Protegido. Uma criatura que já entra com um corpo melhor que nosso campeão e ao invés de triggar com humanos entrando em campo, ele trigga com alvos em sua cabeça e desta forma, vai crescendo cada vez mais com seus marcadores. É triste que perderemos aquela alma da tribo humana, dos humanos se ajudando, dando e recebendo bônus uns aos outros, como no caso do Champion of the Parish. Mas parece que os humanos continuarão reinando em Theros, de uma forma menos tribal, mas continuarão de cabeça erguida.

   
Já foi difícil encontrar alguma carta para "substituir" Entreat the Angels, agora que já queimamos uma de nossas opções, fica ainda mais difícil encontrar algo que substitua nossos ótimos token makers do bloco de Innistrad. 
Os  token makers de Innistrad geralmente tinham um baixo CMC (2 ou 3) e costumavam fazer duas fichas de criaturas 1/1 (algumas vezes com voar). Gather the Townsfolk e Krenko's Command são exemplos claros da possíbilidades que tínhamos com Innistrad e M13. Mas com certeza, o token maker que mais se destacou foi Lingering Souls, uma carta absurdamente forte e versátil. Era possível fazer duas fichas com 3 manas e depois de um Flashback de duas manas, reciclar o card e colocar mais duas fichas em campo de batalha. Um card incrivelmente forte e com certeza, sua saída do Standard fará muita falta ao formato. Mas enfim, sem choro, vamos voltar ao que interessa:
Crusado Acrosano, o que esta carta tem a ver com Lingering Souls?
Nada e tudo. Prestem atenção, ele faz suas fichas com Heroico, mas o interessante de sua habilidade de fazer fichas, que se assemelha com Lingering Souls, é o fato de você reutilizar uma carta para fazer fichas mais de uma vez durante o jogo. Esta nova carta, ainda nos possibilita fazer fichas a qualquer momento, mas tem a desvantagem de já entrar com um alvo na testa e também precisa de um alvo de seu próprio controlador para fazer as fichas.
Com certeza, não substituiremos algo tão forte, quanto um Lingering Souls, mas Crusado Acrosano é uma carta muito forte e terá boas chances de ver jogo pela frente.

   
Se tivemos algo de inovador em Innistrad, com certeza foram as tokens. Tivemos ótimos token makers e a habilidade de povoar vinda com Retorno a Ravnica, agregou mais força às tokens. Com certeza, o que mais agregou poder e versatilidades para nossas tokens, foi a carta Intangible Virtue, uma antífona que só funciona para tokens, com um CMC menor e ainda conseguimos vigilância de brinde.
Infelizmente, a maioria dos token makers estão indo embora com esta rotação, mas Theros vem trazendo possibilidades interessantes para gerarmos tokens, então nada está acabado, ainda.
Mas e agora, sem nossa antífona de tokens, o que faremos?
Simples, por que não utilizar uma verdadeira antífona melhorada? É para isso que teremos a mais nova Lança de Heliode. A carta será lendária, mas com um efeito de uma antífona e com um removal embutido, isso só pode ser bom! Agora teremos uma nova opção para bombar nossas tokens e melhor, qualquer uma de nossas criaturas. Com certeza, nossas criaturinhas conseguirão crescer e causar grandes problemas para nossos oponentes.

   
Ahhh Aristocratas, com certeza esta lista fará muita falta ao formato. Uma das listas mais consistentes da temporada e que terá de se despedir de boa parte das cartas desta lista. A lista praticamente morrerá. Mas vamos com calma, vai que alguém ainda consegue salvar a lista com nossa Aristocrata que ainda viverá...
Enfim, isso não vem ao caso, o importante agora é lembrar do nosso famosíssimo Doomed Traveler. Um drop 1 que vem conquistando o Standard desde 2011 com a tribo dos humanos. Em 2012 ele acabou trocando de lado e passou a ser comida de vampiros no deck The Aristocrats! E com sua fama conquistada em duas temporadas Standard, esta carta com certeza nos trará boas lembranças.
E nosso Young Pyromancer veio para tentar substituir mais um token maker que perderemos e neste caso, ele cai como uma luva para nós, mas acaba tendo uma função diferente de nosso Doomed Traveler. Não adianta sacrificá-lo para aproveitar a habilidade de nossa Cartel Aristocrats ou para uma possível Blood Bairn... Mas consegue entrar na curva e nos gerar tokens de uma forma um pouco diferenciada. Infelizmente será difícil encontrar outra carta com sinergia similar a de nosso Doomed Traveler com nossas Aristrocrats e pode ser que o deck realmente morra, mas disse que isso não viria ao caso, então finalizo dizendo que Young Pyromancer pode vir a ser um carta bem interessante e tem grandes chances de ver jogo no Standard atual.

Bom leitores, esta foi a primeira parte de nossa singela despedida / retrospectiva de algumas cartas que marcaram presença na última temporada do Standard e que, com a rotação, nos deixarão saudades.
Se algum leitor tiver uma carta em especial que queira incluir em nossa despedida e / ou alguma para substituí-la, comente aqui embaixo, que tentaremos adicioná-la em nossas despedidas ou melhor, quem sabe não faremos uma despedida de cartas que só os leitores escolheram? É livre, fiquem a vontade leitores. Espero que tenham aproveitado a leitura.
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Henrique Amaral

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